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Mostrando postagens de 2017

O incompreensível e infinito momento

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De longe se aproxima um fenômeno desconhecido Um ar um tanto nostálgico mas diferente de tudo que já apareceu Estranheza quando me coloco no olho dessa ventania Tento compreender, mas o incompreensível logo surge E de mãos dados com o desconhecido, conversamos Assuntos que vão das estrelas até nossos olhos Esqueci que o céu é infinito Mas me lembrei quando fomos um pouco mais além Uma conexão inédita, o que será que pode acontecer O inesperado troca olhares com o desconhecido O mistério janta à luz de velas com o futuro E o presente cava sobre eles para se redescobrir  Ligações são criadas, cores jogadas Combinações feitas, possibilidades a mil Um oceano para navegar Terra a vista, um solo que cresce árvores gigantescas, uma nova cultura Um oxigênio incrível que entra nos pulmões Isso gera constantes transformações e mutações Incomparável e inusitado, é isso, a luz se faz Uma experiência nova em toda sua totalidade Até troquei as roupas, pisei em solo vermelho

Moça, você é esse vento fresco do verão

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Moça, Veja bem, ou melhor, não veja, ouça, ou melhor ainda, não ouça, sinta, capte o sinal. Você é vento fresco de uma tarde quente de verão Esse copo gelado em um deserto Esse alívio de enxergar um oásis sobre o sol escaldante  Caro ser, Você é essa garrafa cheia Ao beber uma leve dose, cai no seu precipício Sabor intenso que massageia o corpo como uma cachoeira Perdi a gravidade e planei sobre o vácuo do seu universo Fiquei bêbado com o teor As palavras já não se ligavam, estava uma bagunça generalizada Que não haja mais palavras então, está decretado  Agora o silêncio entra em cena para fazer o papel mais importante Não ouça mais nada Não importa se falamos em idiomas diferentes O importante é que a vibração energética e cósmica das palavras cheguem até suas montanhas e façam com que as árvores se mecham com o vento que refresca alguém que caminha entre as trilhas em busca de uma forte brisa provinda dos confins do universo. Agora você sabe Da mesma forma q

Sonhar acordado e acordar sonhado

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Dormia e acordava Naquele momento não sabia se estava no sonho ou na realidade Os pratos estavam na mesa, as árvores dançando com o vento As crianças correndo e as nuvens com seus formatos engraçados Como posso distinguir isso de um sonho Preciso de alguma ação que me sinalize Me sinto diferente, vi uma pessoa se aproximar de mim Seus olhos são tão belos que isso deve ser um sonho Visto isso, tenho agora todos os sonhos dentro de mim Posso fazer o que bem entender, não haverá consequência real Vou me aproximar e dizer o quanto seu olhar faz esse dia radiar A dúvida se aproxima, mas e se não for um sonho? A realidade pode ser isso mesmo Mesmo com a presença do surreal, metafísico e alucinante Talvez isso não seja privilégio só dos sonhos Mas depois foi percebido que se pode sonhar acordado E também sonhar com a realidade quando está dormindo E perguntam o que é preferível Viver um sonho na realidade Ou viver uma realidade em um sonh

Inspiro essa Inspiração

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Está em todo lugar É mais presente que o oxigênio Inspiro a todo momento Essa inspiração que permeia o planeta Mas de onde ela vem Provavelmente do calor do sol Talvez do brilho da Lua Quem sabe da água da chuva Ou do vento que arrepia Mas de algo se sabe Está na direita e na esquerda Do sul ao norte A inspiração é minha bússola E navego pelos infinitos mares Até que, num segundo de areia Avisto a Terra e a Terra me Avista Ela já estava olhando quando avistei  Não encontrei nem descobri Apenas aconteceu a aproximação e a união E dessa reação, surge algo novo Algo que permeia o planeta De onde vem essa respiração intensa Talvez do sol, da lua, da chuva, do vento Ela está em todo lugar, como o oxigênio Respiro fundo, e lá está, brilhando como um diamante Uma joia rara que ilumina de azul uma gruta secreta Brilha toda água cristalina e faz borbulhar de arrepios É simples e complexo, é incrível como faz inspirar E inspiro essa inspiração que está em t

Areia árida e seca

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Areia   Uma tempestade de areia que cobre metade do planeta A ventania avisa previamente sobre o fato Mas não há reações pela falta de tempo de reagir O efeito é imediato Quando me vejo, estou dentro da ampulheta Com grãos e grãos caindo sobre mim Como sair, mas me pergunto também como que eu entrei É verdade, decidi viajar nas dunas do tempo Surfar nas colinas de areia Escalar as pirâmides do Egito Até encontrar a ressurreição pairando sobre mim Encarando como uma tempestade à espera de um posicionamento Hoje, eu senti a areia secar no árido sol que faz evaporar minhas fantasias Dessa reação química, surge minha ilusão em forma gasosa E com tanta intensidade, faz chover, aliviando um pouco esse árido sentimento Areia, areia que desliza suavemente na mão Grãos escuros e claros que formam as paisagens de cada dia Minúsculas pedras, macias tanto quanto os ventos que anunciam as grandes tempestades Faço um desenho na areia com pedaços de madeira A forma é feita e, logo

Deixamos a porta aberta

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Ontem, deixamos a porta aberta Talvez tenha sido por inocência Ou foi somente um simples acaso de uma coincidência Eles falam para sempre trancar -Gire três vezes por segurança -Vai que algo pode entrar Quanta insegurança -Tranca a porta, fecha ela, se assegure, olha lá Tiros e tiros, tiroteios de barulhos silenciosos -Fecha a porta, você está louco? Fecha Fecha Ontem, deixamos a porta aberta Que feliz acaso de nosso incerto destino Será que aguardávamos por algo chegar? Aguardávamos o inesperado se apoderar Rumores vieram através dos pássaros de uma grande frente vindo do norte ou do sul carregando massas de ares que se originaram provavelmente por conta de um movimento circular no meio da praça Ultrapassaram as colinas, passaram pelos pastos, driblaram as ilusões Entraram nas aldeias, contaminaram todo o oxigênio daqueles que vivem na Lua Oxigênio? Não, respiramos moléculas de palavras Ontem a porta estava aberta Estamos nós lá, aguardando o que não esperávamos Quando chegou, nossos

Hoje eu te vi

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Hoje eu te vi Estava um pouco distante Tinha algumas pessoas à frente Havia algumas nuvens Neblinas, montanhas Alguns muros e ideologias Histórias, patologias Pensamentos, expectativas Narrativas bem criativas Mas nada disso me impedia de te enxergar Eu vi com os olhos que nasci Não tenho o que duvida Eu vi, passando por todas essas poluições, eu vi Estava lá Tão clara quanto este quadro em minha frente Tão nítida quanto as histórias da minha mente Tão presente quanto o aroma do bolo quente Eu vi, eu vi, e as areias da ampulheta universal paralisaram em respeito à este momento Quando vi, seu olhar entrou em um alinhamento com meu Alinhamentos assim, no mínimo a cada 5 mil anos Jogado aos seus pés, eu vi Tudo se paralisou naquele momento, só meu coração que não Que, em compensação, bateu como mil máquinas industriais Bombeou sangue como que encheria uma piscina Dançava de um lado para o outro, forte, em ritmo, constante, ininterrupto Como um olhar pode gerar tantas palavras Não quero

O caminho e o caminhante

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Um dia, o caminhante decidiu caminhar Olhou para o caminho e o caminho o avistou Ambos estavam se conhecendo, se fundindo, se lembrando Ao começar a caminhar, o caminhante percebe que existem vários caminhos Ele em si é o caminho que ele escolher, mas qual caminho seguir Depende da onde cada caminho vai levar O caminhante caminha pelo caminho Um caminho que não tem sentido ser o que é sem haver alguém para caminhar O caminhante dá sentido ao caminho e o caminho dá sentido ao caminhante Eles formam a união do verbo e do substantivo Não há mais separação, o caminho se forma caminhando  E o caminhante encontra o sentido no caminhar  Antes de caminhar, sentia a necessidade de religar  Um desejo provindo da essência do caminhante Ele não escolhe ser um caminhante O caminho não escolhe alguém para caminhar A escolha existe no lado de fora, é uma apropriação que incorpora Mas como incorporar algo que já é incorporado antes de escolher Ele é o caminho que não tem iníc