A história do primeiro segundo


Antes do início dos tempos, nos jardins atemporais do universo, andava um segundo. Ele sentia todo o tempo do mundo resumido somente nele, naquele primeiro segundo. E tudo o que o segundo precisava era se manifestar com toda sua totalidade e ser o que exatamente é, aproveitando o seu próprio segundo.

Um dia, quando explorava as florestas do inesperado, ele viu outro segundo que se aproximava, uma luz radiante tão bela quanto a essência de si mesmo. Ambos se olharam e se identificaram. Então decidiram se tornar em dois segundos completos, pois assim poderiam se expandir pelo tempo e serem muito mais do que um só segundo.

E assim foi, os segundos não pararam mais de se multiplicar, tanto que se tornaram todos infinitos, pois assim perceberam que formariam um chão para que o rio do amor fluísse em toda sua totalidade sobre aqueles que navegassem nele. E visto isso, os seres humanos vieram para navegar pelos segundos, pelo oceano do tempo.
Cada segundo tem uma importância tão grande quanto o outro, como se um fosse consequência do outro. Cada unidade é um milagre, é o indício do início dos tempos. Juntos, os segundos oferecem o suporte para nascer e desenvolver as emoções, as memórias, os amores e desamores. Eles manifestam tudo o que é vida. Juntos, novamente, todos formam o elenco do show, os ingredientes da vida. Preciosos e brilhantes segundos. Estão manifestados em nossa essência, a todo lugar. O que fazemos com eles, o universo responde com toda sua justiça.

No fim dos tempos, os infinitos segundos se juntarão em um segundo, que será o presente momento, e nada mais importará a não ser o presente e infinito momento.

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