A diferença é o laço que nos une


Que todos nós, humanos, sentados nesta grande mesa da vida, possamos por alguns momentos parar de comer, parar de alimentar cada ego, e reparamos ao nosso redor. Encararemos algo que há tempos temos medo de ver e aceitar: a diferença que está sentada ao nosso lado compartilhando da mesma mesa redonda, viva, com terras e águas, chamada Terra. 

Nesta mesa, cada ser humano veste uma roupa diferente, come uma comida específica, tem uma cor única, ouve uma música própria e tens seus costumes perante uma refeição. E hoje felizmente temos a oportunidade de olhar para todos, sabemos quem está a nossa volta. Se não olhamos, é por que não queremos, por algum motivo.

Vivemos um banquete das diferenças e é exatamente isso que nos torna únicos e unidos, ou em outras palavras, legítimos seres humanos onde cada pessoa é um universo com suas próprias características. A diferença é a corda que nos conecta, ao ponto de, se tentarmos sermos iguais aos outros, prejudicaríamos nossa naturalidade e espontaneidade. Não podemos ser mais ninguém além de nós mesmos. Isso não nos separa, isso nos une em algo em comum.

Pelo fato de sermos todos únicos  e diferentes, podemos dizer que somos uma só humanidade: somos todos um. Um universo com cores, sons, expressões, formas de pensar, de agir e de criar. Somos espelhos do infinito universo que é uma coisa só mas com uma infinidade de planetas, estrelas, astros, formas, mundos, dimensões, e assim por diante.

Mas por que será que tememos a diferença, se é ela que nos torna quem realmente somos e é o fator que todos os seres humanos tem em comum? Temer a diferença causa um sentimento de separação, ocasionando em desastres e guerras, até os pequenos conflitos do dia-a-dia. O temor e o medo gera uma defesa para preservar um ego insaciável.

De uma forma geral as pessoas tendem a ficar perto daquelas que possuem características mais próximas as delas criando rodas de amigos, grupos, comunidades e até nações que compartilham algo em comum. Obviamente para muitos é confortável ouvir um "concordo com você" e "você está certo". Mas eu me pergunto, o quão perigoso é ficarmos por muito tempo na mesma opinião sobre tudo o que pensamos? Claro que pode incomodar uma opinião que vá contra tudo o que pensamos, mas ela pode nos complementar e ampliar nossa visão à respeito do todo. Em um mundo de constantes transformações, é perigoso manter um relacionamento sério com suas certezas. Risco de afogamento.

A diferença é o elemento químico que nos faz crescer e expandir nossa consciência. A diferença é um professor que nos dá lições de humildade e respeito. A diferença sempre esteve conosco, não é uma novidade, porém ficamos mais intolerantes ou medrosos dela. Mas que isso se reverta com a globalização, a noção de que estamos todos em um mesmo planeta compartilhando de uma só humanidade.

Que viajemos para descobrir novos lugares, culturas e pessoas. Ou que não viajamos para lugar algum, mas que façamos uma viagem interna para abrir todas as janelas de pre-conceitos.

Se você possui o fator esperança, a menor que for, ela bastará para que vire uma semente e um dia possamos viver a era da humanidade global unida pela liberdade da manifestação das diferenças. Para aqueles que ainda criam conflitos, o momento ainda será de guerra, principalmente interior, até que uma luz mostre que a coisa mais bela e que nos une neste banquete da humanidade é o laço da diferença.

Somos cidadãos globais e é esse o rótulo que deve predominar para que não haja mais separações. Fiquemos unidos pela diferença. Olhe ao seu redor a quantidade de sabores, cores e traços, e ame isto tudo. Cada ser vivo é uma cor. Todas juntas forma o branco que será de tinta par a bandeira da paz. Então vamos nos unir com o laço da diferença, sem deixar que o medo e insegurança prejudique. Abracemos a humanidade como a nós mesmos.

O caminho do respeito perante as diferenças nos levará à descobrir nós mesmos e todo o universo. 

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