Um (duvidoso) brinde final


Um (duvidoso) brinde final 

Série fim de ano 

 

Um brinde final é exigido em especial aos que duvidam, aos que perguntam e questionam, aqueles que não entendem e que não bebem as certezas absolutas de um futuro incerto. Um brinde novamente mais que especial aos que lutam e correm, apesar de tudo, apesar das dúvidas, questionamentos, incertezas e perguntas, vão em direção ao que talvez seja um caminho que faça sentido, e que falam com toda certeza que não se sabe das coisas, pois elas são gigantes, muito maiores do que nossos jogos de fazer de conta. E novamente um brinde aos que se adentram sem saber o que há totalmente dentro, se adentram em experiências, em processos, em ciclos, em atitudes e dentro de si mesmo, um campo vasto de experiências sendo criadas e recriadas a todo momento, uma mistura muito bem organizada de emoções e caminhos que formam o que se vê.

Esse brinde é especial aos que não sabem, que gostariam de saber para poderem ter um pouco mais conforto nas escolhas e decisões, mas não sabem. Tomam caminhos e arriscam mesmo assim, as vezes até dizem que estão 100% certos disso, só para poderem se confortar em suas escolhas. Mas que no fundo, admite que há medo e desconfiança, pois tudo é incerto, visto a mudança constante na essência da natureza. Curiosamente, e nessa linha de pensamento, também é passível pensar de que é certo que tudo é incerto, e se há certeza de que não há certeza. Portanto, apesar disso tudo, há certezas e incertezas que se criam e recriam como o nascer e pôr do sol, quem podem parecer iguais ao passar dos dias, mas que, se observar o que se vê, é notado as diferenças bastante subjetivas. Ao terminar o discurso deste brinde, convido todos a seguirem o ritual e beberem destas palavras que contém certo teor filosófico, mais forte que o teor alcoólico, pois elas permanecem conscientemente na mente, não fogem, não se esquece, mas impactam de tal forma que, no dia seguinte, ao invés de uma ressaca, é notado um pensamento diferente ao acordar que permanece durante alguns minutos deitado, viajando pelas mais profundas trilhas da mente, em direção aos vulcões sem atividade, ou as grutas antigas. Esse passeio é breve enquanto o infinito durar.

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