Questionamentos em imersão

Photo by DELISLE ANTOINE on Unsplash
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O que fazer? O que não fazer? Para onde ir? Como agir e reagir? Falar ou não falar? Ser ou não ser? Ser o que? O que é isso que sou? Quem sou? Por que sou o que sou? Por que não sou o que gostaria de ser? E quem gostaria de ser? Por que penso como gostaria de ser? Por que ainda não sou o que gostaria de ser? Como ser o que gostaria de ser? O que seria esse ser? Por que preciso pensar em como ser? Será que existem diferentes maneiras de ser? O que fazer perante todas as questões da existência que envolvem ser e não ser? Talvez 'não escolher' seria uma escolha? E que consequência haveria nisso? Sempre há consequência? Não sei. Deveria saber? Será que deveria haver uma resposta para tudo? O que é esse tudo? Será que não há algo que não deveria ter resposta para poder ter sempre espaço para pensar sobre, sem chegar em alguma conclusão final?

Tantas perguntas, para quê? Por qual motivo se questiona? Poderia não ter questionamentos e, simplesmente, um estado linear de pensamento com formações predefinidas, uma aceitação pacífica e consensual entre os questionamentos existenciais e o ser que vive isso. Há essa possibilidade, da mesma forma que, quase em consequência, há também suas vertentes mais ou menos opostas, divergentes ou semelhantes. As perguntas formam um estado similar a água que, se mergulha em uma ambiguidade entre densidade e leveza. Parece que não é tão simples ouvir quando está imerso se for tentar ouvir da mesma maneira quando estava emerso. Lá dentro na imersão, a comunicação se dá em uma dinâmica diferente, as ondas fluem em um outro estado e as comparações com o outro meio se torna realmente de difícil elaboração.

Perguntas que surgem, são produzidas e derivadas, improvisadas e elaboradas, são colocadas e pensadas, sem haver necessariamente um propósito já sabido; aparecem na imprevisibilidade, e o que segue após isso depende muito de quem está lidando com elas. O que fazer ou não fazer, por exemplo, é o que se vê adiante, como uma peça da vida, um período que o ser aguarda um fim que é relativo, pois o caminho ainda está sendo feito, cada segundo se constrói pontes, se faz pavimentações, encontra atalhos ou se faz necessário fazer uma nova trilha. É esse caminho feito de pedras questionadoras e perguntas nos postes que fazem o ambiente ficar mais claro ou escuro, mas quem disse que é a visão concreta que vai mostrar o melhor caminho? Talvez as principais pistas falem no silencio da visão, ou talvez se revelem na percepção subjetiva do que não é visto ou contabilizado. Um caminho que se faz através do questionar devido a impossibilidade de simplesmente aceitar o que é tão fácil de ser e encaixar, não significando que seja difícil, mas que os caminhos vão muito além de serem categorizados como opções de fácil, médio e difícil. É o que se aparece, o sentido mais próprio e único de seguir, sempre havendo diversas outras opções a se seguir, mas que o sentido é único, o que faz sentido para si, que não está definido, mas que define a cada passo.

Apesar de tudo, não se deixe influenciar pelo término do texto.

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